ou desabroche em mim
Estendi minha mão. Estendi minha mão com a palma para cima, olhei atentamente sua superfície ondulada, um deserto em miniatura, e olhando bem, bem atentamente, entre as pequenas dunas, vi você nua e adormecida.
Minhas lágrimas a regaram, como uma chuva de verão, você toda mimosa se fez em flor, uma sempre-viva, sorria e rolava entre meus dedos, toda molhada, minhas lágrimas iam banhando sua perfeição que aos poucos desabrochava em mim.
Meu corpo em frenesi intermitente revelou-te meus sentimentos, como após um sonho molhado, aqueles que acordamos de pau duro, ou com os lençóis molhados, despertou maliciosa em seu quarto e o meu cheiro, de café, tomou todo seu mundo de assalto.
Flávio Mello
10/12/11